NOTA: os dados dizem respeito a 2509 respostas, recolhidas entre 19 de setembro de 11 de dezembro 2020
O Barómetro Covid-19: Opinião Social continua a analisar a confiança e a intenção de toma da vacina, na perspetiva dos cidadãos. A última análise das respostas, recolhidas até ao dia 11 de dezembro, mostra que o número de respondentes que reporta estar confiantes ou muito confiantes quanto à segurança e eficácia das vacinas para a Covid-19 (62%) e das pessoas que pretendem “não tomar” a vacina diminuiu ligeiramente na primeira quinzena de dezembro (5%).
No que diz respeito ao nível de confiança nas vacinas contra a Covid-19, quanto a aspetos de segurança e eficácia, verifica-se que o nível de confiança dos respondentes aumentou entre setembro e dezembro. Se em setembro apenas 48% dos inquiridos estava “confiante” ou “muito confiante”, esta proporção aumentou para 62% durante a primeira quinzena de dezembro. A proporção de pessoas “nada confiantes” reduziu para cerca de um terço (de 16% para 5%) durante este período.
[ quinzena 14 n= 417; quinzena 15 n= 588; quinzena 16 n= 554; quinzena 17 n= 272; quinzena 18 n= 426; quinzena 19 n=252 ]
São os adultos com idades entre os 26 e os 65 anos quem mais revela estar “pouco” ou “nada confiante” (cerca de 52%) nestas vacinas, comparativamente aos idosos (29%) ou aos jovens com idades inferiores a 25 anos (41%).
No sentido inverso, os dados revelam que são os homens quem demonstram maior nível de confiança, com 60% a revelar estar “confiante” ou “muito confiante”, comparativamente a 48% das mulheres. Adicionalmente, são as pessoas mais escolarizadas e com rendimentos superiores que revelam mais níveis elevados de confiança nestas vacinas.
A forma como as pessoas percecionam a informação veiculada pelas autoridades de saúde parece ter influência. São os que avaliam a informação das autoridades como “incoerente e contraditória” que menos confiam nestas vacinas (57% destas revela estar “pouco” ou “nada confiante”), quando comparadas às que a avaliam como “clara e compreensível” (39% destas revela estar “pouco” ou “nada confiante”).
“Esta análise revela que, nas últimas semanas, a confiança das pessoas na eficácia e segurança das vacinas contra a Covid-19 tem vindo a aumentar. Mas continua a ser preocupante que as pessoas tendencialmente mais vulneráveis, baixos rendimentos e menos escolarizadas, sejam também quem revela uma menor confiança. É importante segmentar informação e adequar os canais de transmissão para estes grupos específicos, no sentido de contribuir para a clarificação da vasta informação que circula sobre este tema.” – salienta Sónia Dias, Coordenadora Científica do Barómetro Covid-19: Opinião Social.
Quanto à intenção de tomar a vacina contra a Covid-19, quando estiver pronta, verifica-se que esta continua a evoluir de forma positiva entre setembro e dezembro. Se em setembro 26% dos respondentes pretendia “esperar muito tempo” ou até mesmo “não tomar”, esta proporção diminuiu para 14% durante a primeira quinzena de dezembro.
[ quinzena 14 n= 417; quinzena 15 n= 588; quinzena 16 n= 554; quinzena 17 n= 272; quinzena 18 n= 426; quinzena 19 n=252 ]
São os idosos quem revela uma intenção mais imediata de tomar a vacina, com apenas 4% a pretender “esperar muito tempo” ou até mesmo “não tomar”, comparativamente aos adultos com idades entre os 26 e os 45 anos – com 26% a pretender “esperar muito tempo” ou até mesmo “não tomar”.
Os dados mostram que são os homens quem revela querer “tomar a vacina logo que esteja disponível” (34%), comparativamente a 26% das mulheres. São também as pessoas mais escolarizadas e com rendimentos superiores quem revela uma intenção mais imediata de tomar esta vacina.
Os dados revelam ainda que são as pessoas que percecionam maior risco de desenvolver complicações graves, caso contraiam Covid-19, quem tem a intenção mais imediata de tomar a vacina contra a Covid-19, dado que cerca 43% das pessoas que percecionam “risco elevado” têm a intenção de tomar a vacina logo que esteja disponível, comparativamente a 15% das pessoas que não percecionam nenhum risco.
Também aqui a avaliação feita à informação veiculada pelas autoridades de saúde poderá estar a contribuir para a intenção de tomara vacina, sendo que 30% das pessoas que a avalia como “incoerente e contraditória” pretende esperar muito tempo ou até mesmo não a tomar.
“São os grupos de risco na Covid-19 -os mais velhos e aqueles que percecionam poder sofrer complicações graves se forem contagiados – quem quer tomar a vacina logo que esta esteja disponível”, conclui a coordenadora.