O Barómetro Covid-19 da Escola Nacional de Saúde Pública apresenta uma análise sobre o excesso de mortalidade, um mês após a primeira morte registada por COVID-19 em Portugal, com base nos registos de mortalidade diária dos últimos 10 anos.
Os investigadores concluem que comparando com a mortalidade média diária dos últimos 10 anos, no período analisado – 16 de março até 14 de abril – registaram-se mais 1.255 óbitos do que seria de esperar.
Quando são analisadas as causas de morte, verifica-se excesso de mortalidade, mesmo retirando a mortalidade reportada por por Covid-19 (49%). Adicionalmente, o número de óbitos por causas externas é inferior ao que seria de esperar, “provavelmente devido às severas limitações à mobilidade no atual contexto da pandemia”, avançam os investigadores.
A análise mostra que excesso de mortalidade afetou de forma desproporcionada as pessoas com mais de 75 anos, com 1.030 óbitos acima do esperado. A alteração do padrão de acompanhamento e da resposta às pessoas deste grupo populacional, mais vulnerável e com doença crónica, é apontada como como causa possível para este excesso de mortalidade não relacionada com a Covid-19.
O estudo demonstra também uma tendência de redução de mortalidade na última semana de Abril, provavelmente já devido às medidas tomadas pelas autoridades em meados de Março.
Consulte o estudo “Excesso de mortalidade, em Portugal, em tempos de Covid-19“