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Barómetro analisa confiança dos portugueses na vacina contra a Covid-19

Publicado a 03/12/2020

A confiança nas vacinas contra a Covid-19 está a aumentar. Segundo a última análise do Barómetro Covid-19: Opinião Social, 63% dos respondentes reportam estar atualmente confiantes ou muito confiantes relativamente à segurança e eficácia das vacinas que estão a ser desenvolvidas e o número de pessoas que pretende “esperar muito tempo” ou até “não tomar” a vacina, diminuiu na última quinzena.

A vacina contra a Covid-19 representa uma grande esperança. Neste sentido, importa analisar a confiança e a intenção de tomada vacina, na perspetiva dos cidadãos.

No que diz respeito ao nível de confiança nas vacinas contra a Covid-19, que estão a ser desenvolvidas, quanto a aspetos de segurança e eficácia, verifica-se que o nível de confiança dos respondentes aumentou entre setembro e novembro. Se em setembro apenas 48% dos inquiridos estava “confiante” ou “muito confiante”, esta proporção aumentou para 63% durante a última quinzena de novembro. A proporção de pessoas “nada confiantes” reduziu para menos de metade (de 16% para 7%) durante este período.

São os adultos com idades entre os 26 e os 65 anos quem mais revela estar “pouco” ou “nada confiante” (cerca de 52%) nestas vacinas, comparativamente aos idosos (30%) ou aos jovens com idades inferiores a 25 anos (41%).

No sentido inverso, os dados revelam que são os homens quem demonstram maior nível de confiança, com 59% a revelar estar “confiante” ou “muito confiante”, comparativamente a 47% das mulheres. Adicionalmente, são as pessoas mais escolarizadas e com rendimentos superiores que revelam níveis mais elevados de confiança nestas vacinas.

A forma como as pessoas percecionam a informação veiculada pelas autoridades de saúde parece ter influência. São os que avaliam a informação das autoridades como “incoerente e contraditória” que menos confiam nestas vacinas (57% destas revela estar “pouco” ou “nada confiante”), quando comparadas às que a avaliam como “clara e compreensível” (40% destas revela estar “pouco” ou “nada confiante”).

Quanto à intenção de tomar a vacina contra a Covid-19, quando estiver pronta, verifica-se que também esta se alterou de forma positiva entre setembro e novembro. Se em setembro 26% dos respondentes pretendia “esperar muito tempo” ou até mesmo “não tomar”, esta proporção diminuiu para 18% durante a última quinzena de novembro.

São os idosos quem revela uma intenção mais imediata de tomar a vacina, com apenas 6% a pretender “esperar muito tempo” ou até mesmo “não tomar”, comparativamente aos adultos com idades entre os 26 e os 45 anos – com 26% a pretender “esperar muito tempo” ou até mesmo “não tomar”.

Os dados mostram que são os homens quem revela querer “tomar a vacina logo que esteja disponível” (34%), comparativamente a 25% das mulheres. São também as pessoas mais escolarizadas e com rendimentos superiores quem revela uma intenção mais imediata de tomar esta vacina.

Os dados revelam ainda que são as pessoas que percecionam maior risco de desenvolver complicações graves, caso contraiam Covid-19, quem tem a intenção mais imediata de tomar a vacina contra a Covid-19, dado que cerca 28% das pessoas que percecionam “risco moderado” ou “elevado” têm a intenção de tomar a vacina logo que esteja disponível, comparativamente a 0% das pessoas que não percecionam nenhum risco.

Também aqui a avaliação feita à informação veiculada pelas autoridades de saúde poderá estar a contribuir para a intenção de tomara vacina, sendo que 31% das pessoas que a avalia como “incoerente e contraditória” pretende esperar muito tempo ou até mesmo não a tomar.

A equipa de investigação do Barómetro Covid-19: Opinião Social, afirma que “esta análise sugere a importância vital da utilização de mensagens claras e compreensíveis para a população acerca da segurança e dos benefícios da vacinação contra a covid-19”.

Para os investigadores, “A informação avulsa sobre taxas de eficácia das vacinas, ou os sobre possíveis comprometimentos da sua segurança, sem enquadramento adequado, podem condicionar o entendimento e comportamento das pessoas perante a intenção de tomar (ou não) a vacina”, alerta a equipa de investigação.